Um domingo qualquer - Bogotá |
Em meio a tantas críticas sobre o fechamento para carros da Av. Paulista e a abertura para pedestres resolvi fazer esse post e mostrar que visitar a Colômbia é entender que o trânsito pode ser muito mais caótico que o trânsito de algumas cidades brasileiras. É perceber que a questão dos poluentes parece não importar muito. Mas também é observar que o ciclismo como meio de transporte é difundido e , principalmente, apoiado.
Bogotá |
É bonito de ver a quantidade de bicicletas em Bogotá, principalmente de domingo quando abrem uma grande avenida para todo o tipo de meio de locomoção sem motor, patins, skates, bicicletas, corrida, etc. - Parece familiar?- em companhia de animais, bebês, idosos, uma mistura muito saudável para uma cidade, com muita diversidade!
Bogotá |
Na cidade existem muitas ciclovias e não via nenhuma que tivesse grandes problemas estruturais como buracos, mal feitas ou sem placas. Em sua maioria dividem espaço com as calçadas que geralmente são largas. Em outros momentos a ciclovia foi feita no canteiro central (assim como a nossa ciclovia da paulista, ou a da Faria Lima).
Bogotá |
Onde não tem ciclovias o ciclista costuma pedalar na rua, ocupando uma faixa inteira e é encarado como um meio de transporte sério e não como lazer, fato que as vezes acontece em São Paulo. Não lembro de ter visto nenhum ciclista na calçada mas a maioria das bicicletas eram de velocidade e os ciclistas utilizavam capacetes como proteção.
Rua inteiramente para a locomoção sem motor! Medellin |
O grande problema que consigo enxergar nessa relação das ciclovias, ciclistas e o trânsito caótico da cidade é a insalubridade já que a cidade é muito poluída e frequentemente pode-se observar uma fumaça preta saindo dos ônibus e carros mais antigos. Uma alternativa utilizada por alguns ciclistas é usar um pano no rosto, ou até mesmo aquelas máscaras para entrar em incêndio!! Não sei qual a eficiência e/ou praticidade de cada um dos métodos, mas tenho certeza que se eu morasse lá e me locomovesse por bicicleta também tentaria procurar formas alternativas de me proteger dessa poluição toda!
Na cidade de Bogotá, assim como Medellin, é possível alugar bicicletas para se mover na cidade. Em Bogotá só é preciso apresentar um documento, já em Medellin existe um cadastro a ser feito pela internet e um período de uns 5 dias para chegar um cartãozinho e liberar o aluguel das bikes!
Falando em Medellin essa é uma cidade bem complicada para andar de bike, por conta da intensa declividade em algumas regiões e mesmo assim a quantidade é surpreendente! Essa cidade é cheia de morros! Muito mais do que em São Paulo e com uma inclinação considerável. Apesar disso a adesão impressiona e todos os dias, depois das 20hrs uma pista de uma das avenidas principais ( como se fosse a nossa marginal tietê, imaginem se fizessem isso por aqui!!) é completamente esvaziada e liberada apenas para os ciclistas, patinadores, corredores etc! É algo bonito de se ver.
Um pouco da história
A bicicleta chegou à Colômbia no final do século XIX, com os imigrantes da Europa, onde era muito popular. Assim, a pequena nobreza colombiano ficou interessado no novo veículo e começara a importar bicicletas europeias.
Em 1898, em Bucaramanga foi criado o primeiro clube de ciclismo no país, Sociedade Ciclismo.
Em Bogotá, no início das corridas do século XX Carreiras (avenidade) 7a e 13 eram organizadas, sendo o uso da bicicleta meramente recreativo de uma elite que poderia adquirir o veículo importado. Após a Segunda Guerra Mundial, uma importação maciça de bicicleta Europeia foi realizada a preços populares, e foi usado pela primeira vez na distribuição de correio e de jornais.
A bicicleta começou a ser vista como veículos para transporte urbano e assim surgiu a primeira assembleia nacional para o tema e a criação de rede de peças em todo o país, ao mesmo tempo que se iniciava a segunda onda de Bicicleta em massa no país e a sua consolidação como transporte, recreação e esporte. Em 1951, o primeiro passeio de bicicleta da Colômbia foi realizada com sucesso. A viagem que teve como rota Manizales-Bogotá foi superando todas as expectativas do público.
Entre os anos de 1995 e 1997 o "Formar Ciudad" foi um dos projetos prioritários do espaço público, do instituto de desenvolvimento urbano. O objetivo do projeto era construir um sistema de ciclovias permanentes na Capital.
Bogotá |
Com o Plano de Desenvolvimento 1998 - 2001 "Para a Bogotá que Queremos", o projeto ciclovia era uma parte integrante do desenvolvimento econômico dentro de Planos Sociais e Obras Públicas no capítulo da Mobilidade.
O projeto surgiu a partir do desenvolvimento de um Plano Diretor para as ciclovias, em que foi realizado em uma ação coordenada e concentrada em entre diferentes entidades do Distrito. O plano diretor de ciclovias teve como objetivo central estabelecer uma rede ideal considerando todo operacional, técnico, marketing e finanças para construção e implementação, levando em conta sua interação com outros meios de transporte existentes.
Em paralelo e com base no Plano Diretor de ciclovias, foi incorporado o Projeto Transporte Alternativo para que os corredores que compõem o sistema se relacionassem com a pista de ciclismo.
O sistema de ciclovia tornou-se um transporte alternativo sério para muitos usuários de bicicletas na cidade, que dispõem de um espaço confortável, seguro e rápido. O sistema é estendido como uma rede em toda a cidade e zoneada para futuras ciclo-estações que fornecerão funções adicionais que apoiam e reforçam os corredores de mobilidade.
A sua excelente aceitação por parte do público tem causado uma mudança de consciência pública para a bicicleta de um veículo para deslocamento e da ciclovia, um espaço para a mobilidade.
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